O que faz exatamente um psicanalista?
- 11 de ago.
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Atualizado: 12 de set.
Você já ouviu falar sobre psicanálise, Freud ou até mesmo “divã”, mas quando o assunto é o papel do psicanalista, ainda restam dúvidas: o que faz exatamente esse profissional? Ele é um psicólogo? Um terapeuta? Qual é a sua formação?
A verdade é que o trabalho do psicanalista vai muito além de escutar e orientar. Na prática, ele ajuda o paciente a acessar conteúdos inconscientes que influenciam diretamente seus comportamentos, emoções, desejos e angústias por meio da escuta psicanalítica.
Não se trata de dizer o que o paciente deve fazer, mas sim de oferecer um espaço seguro e livre de julgamentos para que ele possa se escutar.
Neste artigo, vamos explicar o que faz exatamente um psicanalista. Aproveite e tire todas as suas dúvidas!
Antes, o que é a Psicanálise?
A psicanálise foi criada por Sigmund Freud no final do século XIX.
é o nome de (1) um procedimento para investigação de processos mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro modo, (2) um método (baseado nessa investigação) para o tratamento de distúrbios neuróticos e (3) uma coleção de informações psicológicas obtidas ao longo dessas linhas, e que gradualmente se acumula numa nova disciplina científica." (FREUD, 1923/2006, p. 253).
O foco do estudo psicanalítico está no inconsciente, ou seja, tudo aquilo que está fora do nosso alcance racional (consciente), mas que mesmo assim influencia nosso comportamento, nossos medos, escolhas e até sintomas físicos.
Freud propôs que, ao falar livremente sobre pensamentos, sonhos e lembranças, o sujeito pode acessar essas camadas mais profundas da mente.
Com o tempo, outras escolas psicanalíticas surgiram, mas a base continua a mesma: escutar o inconsciente.
E qual é o papel do psicanalista?
O psicanalista é o profissional que exerce a psicanálise. Sua principal função é escutar de forma atenta, neutra e ética, acolhendo o que o paciente traz, sem julgamentos ou orientações diretas.
Ele observa lapsos, contradições, silêncios, repetições de fala, sonhos através das associações livres, tudo isso como material para compreender o que está por trás do sofrimento psíquico do analisando.
Ou seja, ao devolver interpretações ou pontuações ao paciente, o psicanalista o convida a refletir e se conectar com partes de si que antes estavam ocultas.
Importante: o psicanalista não dá conselhos e não impõe diagnósticos. A ideia é ajudar o paciente a construir seu próprio caminho de compreensão e mudança.
Como funciona uma sessão de análise psicanalítica?
A atividade do psicanalista pode ocorrer em um consultório ou ambiente online, dependendo do caso.
Durante a sessão, o paciente é convidado a falar livremente, sem censura. Essa fala é conhecida como associação livre, um dos pilares da psicanálise. O psicanalista escuta, intervém pontualmente e, às vezes, oferece interpretações sobre aquilo que foi dito ou não dito.
A ideia é que, ao falar, o paciente se escute, reorganize suas vivências e possa elaborar seus conflitos internos com mais clareza.
Em quais casos a terapia psicanalítica é indicada?
Não é preciso ter um “grande problema” para iniciar uma análise. Às vezes, o incômodo está em uma insatisfação constante, uma tristeza sem motivo aparente, crises de ansiedade ou relacionamentos que sempre terminam do mesmo jeito.
A psicanálise oferece um espaço para pensar sobre a vida, os desejos, as perdas, a sexualidade, a infância, os vínculos, tudo aquilo que faz parte da experiência humana.
O psicanalista é psicólogo?
Nem sempre. No Brasil, a psicanálise é uma ocupação, portanto, o psicanalista não precisa ser formado em psicologia ou medicina.
O importante é que ele tenha formação em uma escola ou instituto de psicanálise reconhecido, que respeite o tripé da formação, que contemple os estudos teóricos, supervisão clínica e análise pessoal, como a ABEPE.
Ou seja, ser psicanalista envolve um compromisso ético e constante com o estudo e o cuidado com o outro.
O psicanalista é um acompanhante da escuta de si
Mais do que resolver, o psicanalista acompanha. Ele escuta, sustenta o silêncio, aponta caminhos simbólicos. Ele acredita que dentro de cada sujeito há um saber que precisa apenas de espaço e tempo para emergir.
Se você sente que precisa compreender melhor o que te move ou o que te paralisa, talvez a análise seja um bom ponto de partida.
Afinal, como dizia Freud: "Onde estava o id, que o ego possa advir."
Na ABEPE, contamos com uma lista de psicanalistas credenciados que podem te ajudar nesse caminho de autoconhecimento. Não deixe para depois e dê o primeiro passo!




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